desejos

cresci (crescemos?) com a ideia e a noção de que no aniversário e na virada do ano podemos e devemos pedir desejos. Eu sempre os pedi, na verdade. Nem todos se concretizaram, mas fica o simbolismo. Percebi que concretizar desejos tem tanto de sorte como tem de trabalho.

nesta virada do ano não pedi muitos, pedi muitas vezes o mesmo. Aprendi, o ano passado, que muitos desejos e planos eu achei que os tinha posto em cima de cimento e, afinal, coloquei-os, sem saber, em cima de castelos de areia. Bastou uma onda. Uma. Foda-se.

nesta volta ao sol nova, na entrada de um número de anos diferente, os meus desejos foram diferentes. Eu sou uma pessoa diferente. Continuo a mesma impaciente, intolerante com preconceitos e machismos. Continuo a sonhar com um mundo cor-de-rosa e vermelho e amarelo e azul e... Mas tenho novos limites e escolho, agora, virar costas e libertar-me do que já não me encaixa.

se não me acrescenta, eu não quero.

se não me arrepia a espinha, eu não quero.

se não me estimula o cérebro, eu não quero.

se me sabe pela metade, eu não quero.

se me causa dúvidas, eu não quero.

se dá dores de cabeça, eu não quero.

se não me identifico, eu não quero.

se não quero, não dou importância.

se não dou importância, vou embora.

o meu desejo é ser feliz. E que tu sejas feliz. Que o mundo seja feliz. Pessoas felizes não fodem a vida a ninguém e isso é uma dávida. 


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