o pôr do sol estava bonito ontem, da perspetiva da cadeira da esplanada na praia onde me sentei. o café estava quente, quase (quase) tocava na alma, forte como deve ser, o cachecol aquecia o pescoço. estava bonito o mundo, ontem. - (...) que eu sou cavalheiro. abanei a cabeça e lembrei-me que não estava sozinha com o café. senti uma pontada de vergonha por não estar a ouvir quem estava comigo, por estar a admirar o pôr do sol com o café nas mãos. - como assim? - então, sou um cavalheiro. pousei o café que esta conversa não ia terminar bem. lá se foi a minha vergonha. - está bem, eu isso ouvi. mas isso significa o quê nos dias de hoje? - lá estás tu com o teu feminismo. - bufou. portanto, eu fiquei com o café frio, o cachecol já me estava a esganar o pescoço, o sol pôs-se e ficou frio e eu fiquei sem resposta à minha pergunta de esclarecimento. está certo. pode ser que o mundo hoje esteja melhor.
- estou a ver-te sempre a escrever. - sim, gosto de o fazer. - e sobre o que escreves tanto? - sobre ti, neste momento. - a sério? E o que escreves? - pontos finais. que nunca se subestime o poder da pontuação. Ponto final, parágrafo é uma lei universal.
Hoje é o dia. Hoje faço anos e o dia de aniversário é sempre um dia de virada, de deixar para trás o que não nos serve ou o que já não queremos levar connosco, de limpar a alma. Hoje quero deixar um foda-se bem alto e siga para bingo. Este é o meu espaço, onde escrevo sobre o que me apetece sem filtros nem floreados, porque assim é a vida também: nua, crua, sem filtros e sem floreados. Com muitas surpresas e muitos palavrões porque eles tornam o mundo mais leve.
Comentários
Enviar um comentário